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Ballet em Pinturas: Edgar Degas

  Conhecido como um dos fundadores do impressionismo, Edgar Degas é conhecido sobretudo pela sua visão particular no mundo do Ballet, reconhecido como o maior pintor de bailarinas de sua época e, mesmo depois, poucos conseguiram se comparar a ele ao retratar as minúcias dos ensaios e das apresentações. 

  Os bastidores do Palais Garnier, a casa da Ópera de Paris e seu Ballet, era um de seus lugares favoritos para inspirar seus quadros, ele ia para as salas de aulas do Palais Garnier, onde algumas das garotas mais pobres da cidade se esforçavam para se tornarem as fadas, ninfas e rainhas do palco. Ele inventou novas técnicas para desenhar e pintar. Ele cortava seus enquadramentos como um fotógrafo faria (e também se tornou um). Ele desafiava a composição tradicional, optando por assimetria e pontos de vista radicais, criando efeitos dramáticos. As bailarinas de Degas permanecem entre as imagens mais populares do século XIX.

 Muito de seus trabalhos encontram-se hoje no Museu de Orsay, na cidade de Paris, onde o artista nasceu e faleceu.

 A Aula de Dança (1874)

A Aula de Dança (1874)- óleo sobre tela, 83.5 x 77.2 cm, The Metropolitan Museum of Art.

  A Aula de Dança é um quadro caracteristicamente íntimo e informal, mostrando detalhes como uma menina coçando as costas ou mexendo no brinco, um grupo de bailarinas faz um semicírculo ao redor  em volta do professor, enquanto esse dá explicações à aluna que se encontra à sua frente. As demais alunas aproveitam para descansar ou para treinar alguns passos. Elas usam faixas com cores vivas e fitas pretas no pescoço. Degas traz a ilusão de movimento na pintura, ao individualizar as bailarinas, que se encontram em diferentes posturas e gestos. É interessante notar a mestria do pintor ao criar a ilusão de profundidade, como ao pintar tábuas diagonais, com as suas nítidas linhas pretas, e as colunas verticais de mármore preto.

  Degas se pronunciou da seguinte forma sobre o quadro: "as bailarinas são um pretexto para pintar belas texturas e expressar o movimento." 


Dançarinas Subindo Escada (1890)

Edgar Degas – Dançarinas Subindo Escada, 1886-1890 – óleo sobre tela - Musée D´Orsay, Paris
  Nessa obra, Edgar Degas inova ao “cortar” as duas dançarinas que estão na parte de baixo da tela. Além disso, ele opta por uma linha diagonal que vai da parte de baixo à esquerda até a parte de cima à direita. Em volta desta linha imaginária há espaços vazios: o chão e a parede. O movimento de subir a escada registrado nessa pintura dá a sensação de um movimento inacabado. Dança é movimento e foi isso que o artista buscou nessa obra.


The Star (1878)

Edgar Degas - Dancer with a Bouquet of Flowers (The Star of the Ballet), 1878 - 81 x 66 cm - pastel e gouache sobre papel - The Getty Center,Los Angeles, California

  The Star, certamente uma das pinturas mais famosas de Degas, captura a dançarina com tanta vivacidade que é quase como se ela estivesse realmente dançando. Como Joris Karl Huysman disse em uma resenha do trabalho de Degas em uma exposição em 1880: "Quando seus olhos são treinados sobre essas figuras saltitantes, a ilusão se torna tão completa que todos ganham vida e ofegam por respiração".

  Em The Star, ele contrasta áreas que foram rapidamente coloridas, com outras que são meticulosamente acabadas. Algumas áreas particularmente leves, como a perna e o pescoço do dançarino, são equilibradas com áreas mais escuras, como o homem à esquerda e a fita do dançarino. Esses efeitos criam uma realidade fantástica, que imita a fantasia do palco.

The Dance Class (1873)

Edgar Degas – The Dance Class, 1873 – óleo sobre tela – Corcoran Gallery of Art, Washington, DC
  The Dance Class leva o espectador a uma cena íntima, porém ativa, na qual vários dançarinos são reunidos para praticar em um estúdio de dança. Degas usa várias técnicas para criar uma sensação de conexão entre o espectador e a cena. A tela é emoldurada de tal maneira que a escada em espiral e as janelas ao fundo são cortadas, assim como o grupo de bailarinas no primeiro plano direito.  As figuras não estão centralizadas e Degas deixa um grande espaço vazio que cria a impressão de um piso contínuo. Esse uso incomum do espaço pode ter sido inspirado pelas gravuras japonesas e é típico de Degas.

Existe um ar geral de informalidade no trabalho. O design incomum permite ao espectador testemunhar parte da ação; o resto está implícito. As poses de alguns dos dançarinos são engraçadas em sua falta de graça; uma bailarina está desajeitadamente curvada, outra está distraidamente mordendo o polegar. Essa leveza geral equilibra o mau humor da iluminação.


Outras Obras de Ballet de Edgar Degas

    
           



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